Sirva com uma salada de tomates e cebola em rodela
Arroz de caminhoneiro
ingredientes
- 4 xícaras de arroz parborizado
- 200g de bacon picadinho
- 300g de charque (carne seca)
- 1 pimentão verde picada
- 1 pimentão amarelo picado
- 1 tomate picado
- 2 cenouras raladas
- 2 batatas medias picadinhas
- 1 cebola inteira grande picadinha
- 4 dentes alho grande (a gosto)
- salsinha e cebolinha a gosto
- sal a gosto
- 2 litros de água fervendo
modo de preparo
Frite o bacon bem torradinho, acrescente a cebola e o alho até dourar. Acrescente o charque e frite-o. Em seguida, acrescente os demais ingredientes e por último, o arroz. Deixe refogar e acrescente a água fervida.
Coloque sal a gosto. Deixe cozinhar por 30 minutos em fogo médio ou até que o arroz fique no ponto. Bom apetite 
A lenda existe: restaurante de beira de estrada com caminhão estacionado é garantia de comida boa. Mas há muitos motoristas que preferem se arriscar nas panelas e preparar a própria boia na caixa de comida, adaptada na lateral da carroceria. A escolha não envolve apenas o sabor, mas a garantia de procedência, além da chance de economizar uns trocados no final do mês.
Diante de fretes cada vez menos rentáveis, qualquer forma de reduzir gastos é válida, principalmente para os autônomos. Estes, donos do próprio caminhão, têm a alternativa de investir ainda em uma caixa refrigerada, onde podem manter os alimentos de maneira segura. Não é uma compra barata, mas a economia com refeições a longo prazo pode compensar.
Para um profissional viajante, a comida também acaba se tornando um valor cultural capaz de promover intercâmbios com colegas de outras regiões do País, escolados em novos temperos e truques. “Principalmente nas famigeradas filas de descarga, juntam oito, dez motoristas e cada um traz uma coisa, têm sua particularidade para cozinhar. Quando a espera se estende por mais de um dia, todos acabam comendo vários tipos diferentes de comida”, conta o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), Claudinei Pelegrini.
A opção por cozinhar a própria refeição tem crescido, aponta Pelegrini. Ele revela que há alguns anos o costume era mais utilizado em casos de emergência, em algumas regiões inóspitas do Brasil, onde é difícil encontrar restaurantes. “Devido aos baixos valores dos fretes e a qualidade ruim dos restaurantes, o caminhoneiro se obriga a economizar”, diz. Ele conta que as paradas noturnas, com mais calma, também servem para encontrar parceiros para dividir o preparo, bater um papo, trocar as histórias do dia e descontrair antes do banho e do sono.
O clássico arroz carreteiro, prato tradicionalmente gaúcho, não foi batizado desta forma à toa. Reza a lenda que a história do prato iniciou com os transportadores de carga e suas carretas ainda puxadas por bois, que, sem possibilidade de arrumar alimentos frescos, preparavam uma mistura de charque com arroz. A receita ainda está entre as mais tradicionais dos caminhoneiros pelo mesmo motivo: a falta de refrigeração.
Para quem não tem a geladeira na caixa de comida, é importante tomar cuidado com a conservação dos alimentos. Nutricionista e professora de boas práticas no curso de gastronomia do Senac-RS, Cleonice Dias explica que após uma refeição, em caso de falta de refrigeração, o recomendado é descartar a comida. “Qualquer alimento fora de resfriamento adequado por mais de quatro horas está suscetível ao desenvolvimento de bactérias que podem causar doenças”, explica Cleonice. Ela também recomenda uma alimentação leve e saudável para enfrentar a rotina da direção.